terça-feira, 29 de março de 2011

População a favor do presidente da Síria quer que ele fique

Manifesto de hoje na Síria. Grupo que deseja Al-Assad
Há 20 dias manifestantes estão sendo mortos ao pedirem a saída de Al-Assad
Manifesto de hoje revela outra metade do país que há 48 anos vive sob o regime da “lei de   Emergência”. Primeiro, os contra, está nas ruas há 20 dias.
 Engana-se quem pensou que todos os sírios queriam o presidente Bashar al-Assad fora do poder. O manifesto de hoje revela que grande parte dos sirienses não deseja vê-lo longe da cadeira de presidente. O motivo dos favoráveis estaria no fato de que a Síria sempre prestou apoio aos países oprimidos pelos EUA, colocando-se porta de saída e entrada para moradores perseguidos por ditaduras como a da Tunísia, Egito e Líbia.
Há cerca de 20 dias, manifestantes contra Al-Assad ganharam as ruas ao verem 15 jovens serem presos por terem pichado muros com a frase que virou símbolo de libertação no Oriente Médio: “Queremos um país livre”.  Desde então, a Síria tem sido retratada como um país intolerante a criticas e a tentativas de manifestos.
Neste período cerca de 100 foram assassinadas, a maioria concentrada em frente a mesquitas, território sagrado e inviolável para os muçulmanos. O presidente Al-Assad, sucessor do pai dele há onze anos, alegava que o “fogo amigo” era de um terceiro grupo que estaria tentando coloca-lo contra o mundo.
Já os manifestantes alegavam que as balas partiriam das armas do governo da Síria que teve o governador demitido por Al-Assad que o acusou de ter cometido “um erro mortal”. Junto com o pedido de libertação dos jovens, os contra o presidente exigem o fim da “Lei de Emergência”, em vigor há 48 anos.
Sempre que criticado, Al-Assad tem respondido que o país vive “sob ameaça da guerra”, justificando á medida que deixa o presidente livre para adotar medidas sem necessariamente ter de justificar-se aos tribunais e organizações de proteção ao povo como a ONU, Otan e Unicef que tem legislação continental.
Com a invasão da nova ‘face pro-Al-Assad’ o governo ganha tintas não perceptíveis até então pela imprensa internacional e nacional, inclusive do Afronteira que desde o início do processo tem tratado apenas a lados dos “oprimidos”, de quem estava sendo morto na praça.
O silêncio de Al-Assad tem contribuído para fazer crescer ainda mais a razão dos manifestos contra ele. Porém, hoje as imagens das agências internacionais revelam que o silencio a favor do presidente foi quebrado, e não é pequeno.
A expectativa agora é saber quem o presidente Al-Assad irá atender: as famílias daqueles que morreram pedindo que ele deixe o cargo junto com o fim do “Estado de Emergência”, ou estes que neste momento gritam para que ele fique no poder.
As notícias veiculadas agora a pouco contam que “Al-Assad aceita a renúncia do governo da Síria”. Ele também teria aceitado o pedido de demissão de seu gabinete de governo, em meio a protestos pró-democracia. Assad deve falar à nação ainda nesta terça ou na quarta-feira, após duas semanas de protestos contra o governo em diversas cidades do país.

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