sexta-feira, 15 de abril de 2011

‘Se tivesse reagido, eu teria morrido’, diz homem esfaqueado na Paulista

Esfaqueado na Paulista mostra ferimentos no braço (Foto: Letícia Macedo/ G1)Esfaqueado na Avenida Paulista mostra ferimentos no braço (Foto: Letícia Macedo/ G1)
O homem esfaqueado por um morador de rua em um ponto de ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta segunda-feira (11), deixou na tarde desta sexta-feira (15) o Hospital das Clínicas (HC). Ainda sentindo dores, o cozinheiro Antonio de Oliveira Inácio, de 44 anos, que foi ferido no tórax e no braço, acredita que o agressor queria matá-loEu estava distraído, conversando com um amigo. Se eu tivesse reagido ao ataque, eu teria morrido, porque ele ficaria mais violento. Eu só me defendi com a mão. Se estivesse com uma arma, tinha me matado. Ele queria me matar”, contou o cozinheiro ao G1. Ele chegou a ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva do HC.

No dia da agressão, o cozinheiro deixou o restaurante onde trabalha, na Rua Peixoto Gomide, por volta das 15h30 e foi para o ponto de ônibus, em frente ao Parque Trianon. Antonio disse que nunca tinha visto o agressor. “Ele passou no ponto de ônibus e disse que ia matar todo mundo, mas eu não dei atenção. Pensei que era um doido”, disse.
Se estivesse com uma arma, tinha me matado. Ele queria me matar"
Antonio Inácio
Depois da ameaça, o morador de rua de 52 anos esfaqueou o rosto da auxiliar de cozinha Lina Ferreira, mas Inácio afirmou não ter visto o ataque. Ele disse ainda não ter notado uma movimentação estranha no ponto de ônibus após o primeiro ataque. Lina teve ferimentos no rosto e na mão e recebeu alta médica na noite de segunda-feira mesmo. Após ferir a auxiliar de cozinha, ele partiu para cima dele.

Inácio acredita que tenha sido escolhido aleatoriamente pelo agressor. “Ele poderia ter feito a mesma coisa com qualquer um”, afirmou.

Os comerciantes e as pessoas que trabalham na rua dizem que o homem que atacou os dois no ponto de ônibus circulava pela região havia pelo menos oito meses. Eles relataram que o homem bebia muito, mas nunca tinha apresentado um comportamento agressivo. Pouco tempo antes do ataque, o morador de rua esteve na lanchonete onde Antonio trabalha.

Ainda na tarde desta sexta-feira, Inácio esteve no 78º Distrito Policial, nos Jardins, para prestar depoimento e, como não se sentia bem, decidiu fazer o exame de corpo de delito em um outro dia. A polícia investiga o motivo do ataque e pedirá um laudo de sanidade mental do agressor, que foi preso em flagrante, e responderá por tentativa de homicídio.
O agressor está preso no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

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